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Writer's pictureAdriana Pinto

Mais de 30 mil espécies em perigo de extinção. Coelho passa a estar ameaçado

A União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) apresentou esta terça-feira a Lista Vermelha, da qual consta um terço de todas as espécies avaliadas pela organização.


A Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas aponta, no total, 30.178 espécies ameaçadas, das quais 1840 são novidades. Há ainda outras espécies que viram a sua situação piorar, como é o caso do coelho-europeu, que passou de “quase ameaçado” a “ameaçado de extinção”.


Esta espécie, que tem no território português um dos seus habitat, tem vindo a ser introduzida em várias outras regiões, no entanto, a situação agravou-se nos seu habitat natural. “Um novo surto da doença hemorrágica viral dos coelhos causou declínios estimados da população que chegam aos 70%”, refere o comunicado da UICN.


A situação de declínio na população de coelhos tem consequências para os mesmos, mas poderá ser também problemática para as espécies que, por exemplo, dependem destes mamíferos na sua alimentação.


“Engenheiro de ecossistemas e espécie-chave, [o coelho-europeu] é uma presa essencial para o lince-ibérico (Lynx pardinus), em perigo, e para a águia-imperial-ibérica (Aquila adalerti), em estado vulnerável”, sublinha a UICN.


Para além do coelho-europeu, a situação piorou também para outros animais, tais como uma espécie de macacos originária do Quénia, os morcegos de Madagáscar, o maior pseudo-escorpião do mundo, um bivalve nativo do Mediterrâneo e o fungo Podoserpula miranda.

As três últimas situações devem-se a situações naturais, como o surgimento de patogénicos e a introdução de invasores nos habitats das espécies. No entanto, no caso dos primatas, o risco de extinção deve-se a inundações, incêndios e desflorestação e, no caso dos morcegos, à caça intensiva.


A UICN sublinhou ainda que 37% dos peixes fluviais da Austrália se encontram ameaçados de extinção – dos quais 58% são reflexões diretas das alterações climáticas.


Num relatório sem precedentes, a Plataforma Intergovernamental Científica e Política sobre a Biodiversidade e os Serviços Ecossistémicos (IPBES) listou, em maio de 2019, os principais fatores da queda acentuada da biodiversidade, dos quais se destacam a sobreexploração (caça e pesca), as alterações climáticas, a poluição e as espécies invasoras, sendo que como pano de fundo estão o crescimento demográfico e o aumento do consumo por habitante.


“A atualização [da Lista Vermelha] revela o impacto cada vez maior das atividades humanas na vida selvagem”, apontou Jane Smart, dirigente do grupo da conservação da biodiversidade na UICN.


A Lista Vermelha da UICN foi divulgada para coincidir com a realização em Madrid da 25.ª Conferência das Partes (COP25) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas.



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