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Writer's pictureAdriana Pinto

Bolívia. Confrontos causam 8 mortos e mais de 500 feridos

A Defensoria do Povo anunciou, esta quarta-feira, que a crise desencadeada pelas eleições de 20 de outubro na Bolívia já causou oito mortos, 508 feridos e 460 detenções.


MANUEL CLAURE/REUTERS

A capital, sede do governo e do parlamento, La Paz, e Santa Cruz, a cidade com mais população, registaram duas mortes cada. Chochabamba, no centro do país, registou três. Em Potosí, no sul, morreu outra pessoa.


Ao longo de 25 dias de protestos, os incidentes têm vindo a aumentar, com uma das últimas vítimas a ser o comandante da unidade de operações especiais da Polícia de La Paz, que faleceu após sofrer um acidente rodoviário enquanto tentava conter os manifestantes.


O relatório da Defensoria do Povo da Bolívia regista que a maioria dos feridos, 469, sofreu danos por parte de civis, enquanto que os restantes 39 foram feridos pela polícia.


O documento destaca ainda que entre os feridos se encontram 11 crianças, oito jornalistas e 13 agentes policiais e que a maioria dos agredidos são homens, 438, sendo que 70 são mulheres.


A violência acentuou-se especialmente no passado domingo, dia 10, quando Evo Morales foi obrigado a demitir-se do cargo de Presidente pelas Forças Armadas e a refugiar-se no México. Os confrontos entre os seus apoiantes e a polícia causaram 5 mortos entre 11 e 12 de novembro – segunda e terça-feira -, segundo a organização nacional de defesa dos direitos humanos. Quatro dessas mortes foram causadas por ferimentos de bala durante a intervenção das forças de segurança.


Depois do aumento de violência esta semana, as forças armadas concordaram em juntar-se, novamente, à polícia para acabar com os atos de vandalismo, especialmente em cidades como La Paz e El Alto. Durante todo o dia de ontem - quarta-feira – e na madrugada de hoje voltaram a registar-se confrontos na capital, face à autoproclamação como Presidente interina de Jeanine Áñez.


Evo Morales já classificou a atitude de Áñez como “o último passo do golpe de estado”; “uma conspiração política e económica alimentada pelos Estados Unidos”, consumada “com o sangue de irmãos mortos pelas forças policiais e militares usadas para o golpe.”


O Presidente deposto da Bolívia já prometeu voltar “para pacificar” o país.


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