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Writer's pictureEva Pereira

Greve encerra escolas de norte a sul do país

A greve nacional contra a existência de amianto nas escolas já começou há mais de um mês e desde então vários estabelecimentos de ensino foram fechados.


Foto: Sandra S. Gonçalves

O Sindicato de Todos os Professores (STOP), que agora engloba todos os funcionários das escolas, decidiu alargar a greve até ao dia 22 de novembro.


Ontem, quarta-feira, foi agendada uma concentração de funcionários de diversas escolas de Sintra, em frente aos Paços do Concelho, para impedir que a autarquia da Câmara Municipal de Sintra realizasse obras durante o fim de semana, e abrisse novamente a escola na segunda feira seguinte.


Segundo André Pestana, dirigente do STOP, depois de se retirarem as placas de fibrocimento com amianto é necessário aguardar entre um a dois dias para confirmar se as fibras repousam no solo, e fazer análises à qualidade do ar, para determinar se é seguro o regresso das crianças.


Se estes requerimentos não forem cumpridos, estão a “expor as crianças e trabalhadores a um risco completamente desnecessário”, atenta.


A existência de amianto "representa um problema de saúde pública e ambiental", acrescentou, recordando a promessa do primeiro ministro, António Costa, em setembro de 2016, de pôr um fim a esta substância perigosa até 2019.


André Pestana adianta que só o Ministério da Educação sabe em quantas escolas ainda está presente o amianto, e refere “uma lista com mais de cem escolas que ainda têm fibrocimento”, alegando que esta é apenas “a ponta do iceberg”, visto que o chão e os tetos falsos podem também conter amianto.


A falta de funcionários foi outro fator que fez encerrar muitas escolas, no decorrer deste protesto.


Este é o caso da Escola Básica 2,3 José Saraiva, do Agrupamento de Escolas Domingos Sequeira, em Leiria, que já não fechava por causa de uma greve há 20 anos.



Foto: Elisabete Cruz

De acordo com o coordenador do STOP, “Nesta escola são 19 funcionários para 923 alunos. O rácio é de 48,5 assistentes operacionais, muito mais do dobro daquilo que o ministro da Educação anda a dizer”.


André Pestana conta a situação de um professor da escola José Saraiva que é da Figueira da Foz e todos os dias se desloca a Leiria para dar aulas, sem um horário completo. Com um salário de 700 euros, e a gastar 200 euros em combustível, mais o desgaste do carro, “muitas vezes já não compensa ser professor e depois há falta de docentes em várias escolas”, salienta.


Para melhorar estas condições, o dirigente do sindicato propõe ao governo um subsídio de alojamento e deslocação para os professores, tal como acontece com os deputados na Assembleia da República.


A falta de funcionários não só esgota os trabalhadores, como também promove o aparecimento de casos de violência nas escolas, por falta de acompanhamento e supervisão.


O protesto contra o amianto, a falta de funcionários e a violência, que teve início no dia 3 de outubro, e encerrou muitas escolas do país, termina amanhã.


Consulte aqui a lista das escolas encerradas.

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