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O papel dos proprietários de Alojamento Local no fenómeno

O Esfera foi falar com proprietários de Alojamento Local para conhecer o seu lado.

Foto: Catarina Moscoso

Um estudo realizado pelo movimento “O Porto não se Vende”, sobre o mapeamento do alojamento local, revelou que existem 84 proprietários com mais de oito registos no site do Registo Nacional de Alojamento Local (RNAL), e que o detentor de mais alojamentos locais na cidade do Porto conta com 70 registos.


O segundo lugar no pódio vai para um proprietário com 61 registos de alojamento local, seguido por um titular que detém 48 registos. Segundo o estudo, “estes titulares, em conjunto, são responsáveis por 1.352 registos (21,2% do total na cidade), destacando-se também um subgrupo de 27 detentores de AL que contam com mais de 16 registos, o que perfaz um total de 751 registos, isto é, 12,4%”.


A análise realizada pela Lusa, na plataforma online do Registo Nacional de Alojamento Local (RNAL), demonstra ainda que os titulares da exploração de AL no Porto abrangem sociedades distintas como “organizações de informática, ferragens, serviços médicos (Moreira da Costa), sociedades de eventos, a Associação do Hospital de Crianças Maria Pia, estabelecimentos de restauração e bebidas take away, cafés e similares ou farmácias”.


No entanto, existem já empresas especializadas no alojamento local. E este é o caso da bra.com, da qual Fabrícia Silva é funcionária. A companhia possui quatro edifícios de AL: o primeiro na rua do Pinheiro; o segundo em Campanhã; o terceiro na rua Conde Ferreira, e o último próximo da estação Faria Guimarães.


Foto: Catarina Moscoso

No total, os quatro edifícios dispõem de 27 apartamentos que durante épocas altas, como o mês de Agosto, se encontram “sempre cheios”. Segundo Fabrícia, a maioria dos hóspedes são estrangeiros, com exceção de alguns portugueses de outras regiões do país, que “recorrem a AL por motivos profissionais”.


De acordo com a funcionária, não ter quotas é positivo porque permite à empresa continuar o seu negócio sem restrições. No entanto, relativamente à concorrência, expressa que “deveria ter um controlo maior, porque se tiver uma política muito aberta, qualquer pessoa pode abrir um alojamento local”, o que se torna “muito complicado para quem já está na área”.


Acrescenta ainda que houve um aumento “que não foi controlado” o que levou a que, atualmente, seja difícil encontrar novos espaços para criar AL, e que os poucos que surgem são “vendidos a empresas e investidores a preços absurdos”.


Quando questionada acerca dos antecedentes dos edifícios que a firma possui para AL, a titular declara que os prédios de Campanhã e de Faria Guimarães se encontravam abandonados, e foram posteriormente renovados para a abertura dos estabelecimentos.

Como tal, Fabrícia Silva considera que o AL é um “investimento para a cidade do Porto, no sentido em que se estão a recuperar edifícios e áreas que estavam abandonadas há anos”. No entanto, reconhece os despejamentos como uma consequência negativa do AL, admitindo achar mau “obrigarem as pessoas a sair das suas próprias casas quando essa não é a vontade delas”.


Refere também, que em certos casos, as propostas são apelativas aos moradores por necessidade, “mas por outro lado também não têm para onde ir, se for é para lugares mais afastados do centro, e isso inviabiliza, de repente, um trabalho que ele tenha por cá, por exemplo”.

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